Pode até parecer piada quando ouvimos esse termo, mas o movimento slow começou em 1986, e muita gente ainda não tem conhecimento sobre o assunto.
Tudo começou com Carlo Petrini, jornalista italiano que protestou quando o fast-food McDonald’s foi inaugurado na Piazza di Spagna, em Roma.
Esse consumo desenfreado praticado pela sociedade norte-americana em nossa era pós-industrial foi o basta para Carlo iniciar uma série de ações contra essa loucura, dando origem ao Slow Food Movement.
O objetivo era incentivar a apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e valorizar toda a cadeia produtiva (que passa pelo produtor até o meio ambiente).
A partir de então a filosofia slow se espalhou por diversos segmentos no mundo trazendo consciência sobre o ritmo de vida que a sociedade estava levando e seu impacto no consumo.
“Uma revolução cultural contra a noção de que fazer tudo com pressa é melhor.
A filosofia do Slow (lentidão) não é simplesmente fazer tudo à passo de lesma.
É o fato de você buscar fazer tudo na velocidade correta. Aproveitar as horas e minutos ao invés de somente contá-los. Fazer tudo da melhor forma possível, ao invés da forma mais rápida possível. É além de tudo a qualidade acima da quantidade em tudo que se faz tanto no trabalho, como na comida, quanto na educação de seus filhos."
Carl Honoré, autor do livro Elogio à Lentidão
Se você, ao comprar um produto/serviço já se perguntou: De onde vem? Como foi feito? Por quem? Em quais condições? Quanto tempo vai durar? Para onde ele vai depois? Bom, você já está aplicando os preceitos do slow movement.
Ele não parece óbvio em nosso dia-a-dia, mas seu impacto que acontecia de forma orgânica, hoje é intencional pensando em nosso compromisso ambiental e crises climáticas que estamos vivendo.
Nosso olhar pode e deve ficar mais atento a partir de agora para a mudança da nossa e das próximas gerações.
Conseguimos enxergar o slow movement na agricultura familiar/natural/orgânica, que se opõe à produção excessiva e padronização dos alimentos, no setor imobiliário com o slow living, no segmento da moda, com o Fashion Revolution, na economia compartilhada de diversas formas, e por aí vai.
Ou seja, o modo com que escolhemos comer, nos vestir, nos movimentar, morar, trabalhar
e pausar, tudo isso tem a ver com você.
Viver o slow movement para mim é um convite para nos reconectarmos e tentarmos viver sem pressa.
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Lívia Koreeda